sexta-feira, 19 de junho de 2009

Theodore Levitt


Você está lendo Kotler? Muito chato, é ou não é? Quando li Philip Kotler pela primeira vez, lembrei das incontáveis noites de 6a. feira, brutalmente assassinadas, durantes as aulas de dois soníferos professores de quem fui aluno na faculdade, naquele distante 1978. Você quer ler sobre Marketing, é isto? Já leu Theodore Levitt? Se ainda não leu, aqui vai uma sugestão: ponha este Kotler no modo Pause por alguns dias. Tente, por exemplo, “Marketing para Desenvolvimento de Negócios” (talvez, você encontre um exemplar em algum sebo). Theodore Levitt publicou este livro em 1974. Você vai se surpreender com a atualidade do texto. A obra de Levitt não é didática. Os seus textos têm estilo, alma e geram reflexão. Por isso, digamos que você esteja em plena batalha por uma vaga em algum departamento de Marketing, leia Theodore Levitt. Está começando o seu próprio negócio, leia Theodore Levitt. Agora, vamos supor que você seja um experiente gestor de Marketing adepto dos raciocínios dedutíveis e colecionador de verdades e certezas absolutas. Você, provavelmente, despreza a intuição, as visões proféticas, tem uma fé inabalável no bom-senso e na ordem, e acha que “pensar incomoda como andar à chuva”*. Neste caso, não leia Levitt. Você não vai gostar. Dê Play nesse Kotler, aí, na sua cabeceira, e vá em frente.

* Frase do poema "O guardador de rebanhos" - Fernando Pessoa (Alberto Caeiro).

Campeões em tudo.

Nunca conheci quem tivesse levado porrada. / Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo. / Toda a gente que eu conheço e que fala comigo /
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu um enxovalho / Nunca foi senão príncipe – todos eles príncipes – na vida... / Quem me dera ouvir de alguém a voz humana / Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia / Que contasse, não uma violência, mas uma covardia! / Não, são todos o ideal, se os ouço ou me falam. / Quem há neste largo mundo que confesse que uma vez foi vil? / Arre, estou farto de semideuses! / Onde é que há gente no mundo?

* Trechos do “Poema em linha reta” – Fernando Pessoa (Álvaro de Campos)
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