terça-feira, 31 de agosto de 2010

A melhor resposta foi uma pergunta.


Leitores destas provocações postaram sugestões de respostas para a mais brochante das perguntas dirigidas a jovens nos processos de seleção de pessoas nas empresas: “você tem experiência?”. Tenho criticado neste blog e em conversas com empresários e profissionais de Gestão de Pessoas, a impertinência desta pergunta. A melhor resposta, na verdade, foi uma pergunta. O(a) autor (a) é alguém que assina como Fera Mídia. Depois de ler a sugestão de Fera Mídia, imaginei a seguinte cena: você tem vinte e poucos anos e está participando de uma destas entrevistas. O entrevistador, depois de lhe aplicar um longo e escaneante questionário, dispara: “você tem experiência?”. Então, você devolve: “em vidas passadas serve?”. O entrevistador olha para você, fixamente. Você olha para ele nem tão fixamente assim. Ele continua olhando para você. Silêncio. Depois de intermináveis segundos, você tem vontade de rir. Você começa a achar que o Jogo do Sério faz parte da entrevista. De repente, o entrevistador...

(a)morre de rir e o contrata na hora;
(b)acha que você está ironizando e chama a segurança;
(c)pede a sua Carteira de Trabalho de vidas passadas;
(d)diz que também fez regressão e que foi "uma experiência inesquecível";
(e)conta que foi Demétrios de Phalére (350–282 aC), o primeiro ateniense a descolorir os cabelos com água oxigenada;

Na sua opinião, como o entrevistador reagiria à resposta/pergunta: “em vidas passadas serve? Envie as suas suposições.

Deu na Globo.


Empresas brasileiras precisam abrir as portas para a mão de obra jovem. Matéria veiculada na edição de hoje (31.08.2010) do programa Bom dia Brasil da Rede Globo. Hoje, a jornalista Miriam Leitão me acordou, reforçando as críticas que tenho feito a empresários e profissionais de Gestão de Pessoas sobre os seus processos de seleção de profissionais. Em especial, à mais brochante das perguntas dirigidas aos jovens: "você tem experiência?"

Site desta imagem: monicaararipe.blogspot.com

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Hora do show.


A entrevista é a hora do show de qualquer processo seletivo. A sala é o palco. O entrevistador é a plateia. Os palcos e as plateias nem sempre favorecem. Você pode encontrar um palco lotado em que outros atores e atrizes disputam a atenção da plateia. A temperatura ambiente pode ser insuportavelmente quente ou fria. E a plateia – ah, a plateia! – ela pode ser receptiva ou burocrática. Estes shows geralmente têm curta duração. Se não baixar um Tony Ramos ou uma Fernanda Montenegro em você, durante a sua performance, você corre o risco de entrar e sair de cena sem ser notado.

Mas isso não é nada. F... são aquelas constrangedoras dinâmicas de grupo em que você tem que responder perguntas instigantes e altamente reveladoras, como por exemplo: “se você fosse um animal, qual seria?”, “e se fosse um objeto?”, “que presente você daria para o seu melhor amigo?”, “você gosta do seu nome?”, “o que você acha dele?”, “por que seus pais lhe deram este nome?”... Dependendo das suas respostas, a plateia descobrirá ou não o mega-híper-humano procurado pela empresa.

Aí, chega o momento do gran-finale. A plateia faz a pergunta derradeira, aquela que cala jovens atores: “Você tem experiência?” Black-out. Fecham-se as cortinas.

Você tem experiência?


Sim, sou sempre o assador da galera.
Sim, sempre pratiquei esportes coletivos na escola.
Sim, traduzi todas as letras do Tupac.
Sim, aprendi a tocar violão com revistinhas de cifras musicais.
Sim, desenhei e confeccionei todas as roupinhas das minhas bonecas.
Sim, sempre levo brinquedos para os pobres no Natal.
Sim, sou marceneiro desde pequeno.
Sim, li toda a obra de Monteiro Lobato.
Sim, sempre fiz teatro amador na escola.
Sim, ganhei um campeonato de tênis de mesa no interestadual de escolas.

Envie mais sugestões de respostas acachapantes para a mais brochante de todas as perguntas dirigidas a jovens candidatos à vagas de trabalho.

Os novos critérios de avaliação de competências.

A revista Veja realizou uma pesquisa junto às 100 maiores empresas brasileiras para saber quais são os critérios de avaliação de competências utilizados em seus processos seletivos e qual é o perfil do profissional desejado. O estudo mostra que os empresários desenvolveram um novo conceito de avaliar competências, mais ligado ao temperamento dos candidatos do que propriamente aos conhecimentos formais que ele adquiriu ao longo da vida.

Uma boa base teórica continua sendo valorizada, mas a pesquisa chama a atenção para uma safra nova de preocupações por parte das companhias. A empresa quer um profissional versátil e capaz de resolver problemas. Isso é tão importante quanto cursar uma universidade renomada. Na pesquisa, algumas das virtudes mais repetidas eram as de caráter subjetivo.

Os empresários estão à caça de alguém que tenha "diversidade", "participação social", "atitude proativa" (expressão usada para dizer que cada um é o responsável pelo gerenciamento de sua própria carreira). Também querem um candidato com "garra" e "brilho nos olhos". "A empresa avalia hoje a personalidade de um jovem, sua criatividade e curiosidade intelectual", explica o diretor de Recursos Humanos da Nestlé.

A pesquisa da Veja tem um lado surpreendente, pois desmonta uma série de crenças divulgadas em livrecos de auto-ajuda. Uma delas diz respeito aos badalados cursos de MBA, iniciais de Master in Business Administration. Ao contrário do que pode parecer, as companhias acreditam que nem sempre ele é essencial. Apenas 6% das empresas acham que um curso de especialização feito logo depois da graduação tem resultados realmente positivos.

49% das companhias defendem a realização de um curso desses após dois anos de experiência profissional. Muito mais importante do que o MBA, na opinião dos empresários, é morar fora do país fazendo algum programa de intercâmbio. Longe de casa, o jovem estará aprendendo a se virar sozinho, a conviver com diferenças e a respeitar outras culturas.

Outra crença furada: a necessidade de um histórico escolar recheado de notas altas. Até pouco tempo atrás o senso comum supunha que os melhores alunos seriam também os melhores funcionários. Não é assim que acontece. Para as empresas, o desempenho de um aluno na universidade conta menos que o domínio de línguas estrangeiras. "Eu não quero saber se o candidato foi bom aluno ou se colou para passar. Boas notas não dão a ninguém as qualidades de que o mercado precisa", afirma o diretor-geral da AmBev.

A engenheira Patrícia Olivieri, da Gessy Lever, faz parte da ONG Blitz da Alegria. Ela distribui agasalhos para pessoas carentes e acompanha um grupo de crianças em momentos de lazer. Para ela, a atividade social é motivo de prazer. Para as empresas, virou critério de desempate na hora da contratação

Maria Ilka Padilla é coordenadora de marketing do Pão de Açúcar. Desde criança já dançava e fazia ginástica. Os empresários afirmam: quem pratica um esporte demonstra uma bem-vinda preocupação com a disciplina.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Se eu fosse você...


Muitos alunos e ex-alunos da Alfamídia batalham para entrar no mercado de Propaganda. A gente sabe que não é fácil. Uma boa estratégia é participar dos eventos promovidos pela ARP - Associação Riograndense de Propaganda e por outras entidades da classe. Associativismo não é perda de tempo. Se fosse, esta prática não seria tão valorizada por americanos e europeus. O associativismo une de forma organizada pessoas que desejam alcançar os mesmos objetivos. Se você tem interesse no mercado de Propaganda, não perca a apresentação do conteúdo da pesquisa realizada pela ARP com mais de 300 profissionais deste setor. Honestamente, acho que esta é uma excelente oportunidade para quem quer entender melhor a lógica deste negócio. Além disso, você certamente vai encontrar um monte de gente com quem você gostaria de construir boas relações profissionais. Se eu fosse você...

Data: 24/08/2010
Horário: 19h
Local: Auditório da ESPM
Palestrante: Daniel Skowronsky - Presidente da ARP e Diretor da GlobalComm

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Prezados donos de agência,

Jenifer é jovem, articulada, talentosa e aluna da Alfamídia. Este conjunto de atributos faz dela uma excelente candidata a uma vaga num bom estúdio de design gráfico ou de uma agência de propaganda. Se eu fosse vocês, abriria um espaço na agenda para conhecê-la. Visitem o portfolio da Jenifer.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Ôba-ôba acaba sempre em êpa-êpa.

O Brasil é um país maravilhoso, mas o serviço é uma m... A frase não é minha. O autor é o desenhista, humorista, dramaturgo, escritor, tradutor e filósofo pop Millôr Fernandes.

O ôba-ôba acaba sempre em êpa-êpa. Esta também não é minha. O autor é profissional de prestação de serviços e instrutor da Alfamídia. As duas frases contam um pouco da saga de contratados e contratantes no Brasil.

O setor de serviços é relativamente novo em nosso país. Não temos uma sólida cultura de prestação de serviços. Mesmo assim, em 2009, o setor respondeu por 68,5% do nosso Produto Interno Bruto (PIB) e foi o setor que mais empregou. Mas é ruim. A baixa qualidade do setor pode ser atribuída a vários fatores. O ôba-ôba e o êpa-êpa são críticos.

O fator ôba-ôba produz o gap de satisfação: o contratante espera um serviço. O contratado entrega outro, diferente. O contratante se frustra. O contratado se defende. O contratante fica “surdo”, impermeável, irredutível. O contratado, rouco e p da vida. Resultado: ambos no prejuízo.

O ôba-ôba é subproduto da pressa (de contratados e contratantes), da falta de detalhamento das propostas de trabalho (dos contratados), das relações superficiais (entre ambos) e das “mentiras apostólicas” (do contratado), que, na hora da venda, geralmente pode tudo.

O êpa-êpa é subproduto da insegurança, da falta de profissionalismo, da obsessão pelo menor preço e da desconfiança doentia (do contratante). Portanto, ao menor sinal de êpa-êpa, repense e reinvente rapidamente as suas relações com os seus contratantes.

Aos contratados das áreas de webdesign, programação e design gráfico:

Pergunte, pergunte, pergunte, pergunte. Fique rouca (o) de tanto ouvir o Cliente.
Observe e registre tudo o que for relevante no ambiente e no comportamento dele. “Escaneie-o”. Descubra o mais rapidamente possível, se ele vale a pena. Use a sua sensibilidade. Não esqueça: todo mundo emite sinais reveladores. Você não precisa ter experiência. Tem apenas que ficar ligada (o).

Faça planejamento e elabore propostas detalhadas, consistentes. Não venda preço. Venda confiabilidade.

Controle os seus custos. Se você não sabe quanto custa a sua operação, não vai saber precificar os seus serviços.

Adote urgentemente uma metodologia de trabalho. Organize a sua operação. Prestadores de Serviço têm estoques de tempo.

Não importa o tamanho da sua operação. Pense e comporte-se como empresária (o).

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Sonho default.

Querer enricar é default. Por isso, tem tanta gente se atirando na busca de dinheiro e de uns poucos minutos de fama. Pouca gente fala em Independência Financeira (IF), um patamar mais viável e, comprovadamente, menos penoso de ser alcançado. A IF pode ser “proclamada sem derramamento de sangue.” Ou seja, vocês podem chegar lá sem sofrer algumas maldições terráqueas: não vão engolir sapos em quantidades industriais, não serão forçados a serem competitivos e não terão que abrir mão de valores, digamos, essenciais. Francamente, não sei se sonhar com a IF é uma boa receita para quem, como eu, não se contenta com a cota de 71,3 anos (média de expectativa de vida aferida recentemente pelo IBGE). Também não posso garantir que quem sonhar com ela, a IF, vai dormir o sono dos justos os 23 anos, 9 meses e 7 dias previstos (tempo médio que passamos dormindo, segundo especialistas). Não sei.

O que eu sei é que sonhar “apenas” com a IF pode gerar alguns inconvenientes. Vocês certamente nunca vão desfilar de Ferrari pela Padre Chagas, a menos que sejam convidados pelos seus amigos milionários. Dificilmente vocês serão capa da revista Exame e os paparazzi de plantão não vão notar as suas presenças, mesmo que vocês se atirem aos seus pés. Outro terrível inconveniente: vocês não serão vistos todos os dias nos lugares da moda e não terão um monte de gente puxando os seus ricos saquinhos. Mas, preparem-se para o maior de todos os inconvenientes: vocês nunca serão convidados para passar um fim de semana na ilha de Caras. Nunca.

Sinto informar, Proclamadores de Independência Financeira, em geral, têm que se contentar em ter dois ou três amigos de verdade, viver em paz consigo mesmos, ter serenidade e tempo para ler os livros não lidos durante os seus tempos de Colônia.

Aos Proclamadores da Independência Financeira:

1) Tratem mal a operadora do seus cartões de crédito: usem o dinheiro dela somente quando não houver mais nenhuma alternativa;

2) Façam como aqueles trouxas do Primeiro Mundo: planejem, poupem e façam seguro.

3) Networking é uma m... ! Não façam networking. Construam relacionamentos sólidos com as pessoas.

4) Preocupem-se apenas com a opinião que algumas poucas pessoas. O resto não merece um neurônio sequer.

5) Estudem inglês.

6) Leiam mais o que vocês não entendem.

7) Investiguem a si mesmos e tratem-se bem.