quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Devagar, que eu tenho pressa.*

Viver na correria é moderno e emblemático. Muita gente a adota por considerá-la inevitável. Eu não gosto da correria. Também não a considero inevitável. Me pergunte como estou. Vou responder, dependendo do momento, que estou muito bem ou que não estou bem. Se você me disser que anda na correria, vou duvidar. A esmagadora maioria das pessoas que me dizem que vivem na correria é desorganizada e atrapalhada. É ruim da cabeça ou doente do pé (Dorival Caymmi nunca viveu na correria). Não preciso estar em todos os lugares, ao mesmo tempo. Não tenho que fazer tudo. Tenho que fazer o essencial. Logo, não preciso correr. A correria mascara a incompetência e o vazio interior dos corredores, camufla a incompetência e a desorientação, revela falta de planejamento, enruste a insegurança e o medo pânico da perda de espaço, status e de algum poder. Vivo bem sem isso. Sou um sem-blackberry. E, neste momento, vou muito bem, obrigado.

* Napoleão Bonaparte é o autor desta frase.

Amados Mestres.

Tive muitos professores. Lembro apenas dos provocadores. Estes, eram supreendentes, inspiradores, apaixonados. Eram os melhores. Dominavam a arte de facilitar o aprendizado. Sem esforço, conseguiam, por exemplo, a façanha de ocupar as cabeças daquele bando de adolescentes testosteronados do qual eu fazia parte, com filosofia, literatura e gramática portuguesa. Eles faziam a mágica de desviar o nosso pensamento das musas que nos tiravam do ar, do prumo e da realidade na maior parte do tempo. Tive o privilégio de ser aluno de Gerd Bornheim, Mainar Longhi e Edson de Oliveira. Nunca vou esquecê-los. Aí vai a maçã, como sinal de gratidão.

Ele, por exemplo.

Ele faz careta, grita, pula, bufa, gesticula e xinga. Não gosto muito de vôlei. Menos ainda quando transmitido pela tv. Torço por Bernardinho. Dali, daquele espaço reservado ao técnico, ele orienta, comanda e motiva o time. Dali, ele também puxa a orelha do Brasil. Dali, Bernardo Rocha de Rezende põe o dedo no nariz de milhões de brasileiros. Para bom entendedor, o exemplo de Bernardinho basta para explicar as razões pelas quais a Seleção Brasileira de Vôlei é vencedora e o Brasil, perdedor. "Os três pontos fundamentais na montagem de uma equipe são representados pela seguinte equação: C + F + U (C de condicionamento, F de fundamento e U de unidade)", garante o técnico. O Brasil tem muito o que aprender com Bernardinho. O Brasil só precisa ter vontade. O diabo é que ele não tem.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Pérolas do Neil.

Na metade dos anos 70, eu e a maioria dos jovens redatores de propaganda, no fundo, morríamos de inveja das campanhas publicitárias criadas por Neil Ferreira. O cara era genial. Neil criou coisas como o Leão do Imposto de Renda, o único personagem da propaganda brasileira imortalizado nos dois principais dicionários da língua portuguesa (o Houaiss e o “Aurelião”, o Aurélio Buarque de Holanda). Dia desses, fuçando na internet, achei esta dissertação de mestrado em Comunicação Social (DO PORÃO AO PODER A ascensão dos criadores publicitários brasileiros ( 1970-1990). Abri o PDF quando vi que a autora do trabalho era Maria da Graça Craidy, uma querida amiga daqueles tempos de chumbo e rebeldia. Gracinha resgata algumas pérolas do nosso guru. Uma delas me acompanha desde aquela época e já a utilizei um zilhão de vezes: “Você precisa apenas acordar um pouco mais cedo do que os outros, e dormir um pouco mais tarde. (...) No Brasil, se trabalha sete meses por ano. (...) é só trabalhar mais um pouquinho que as outras pessoas. Não precisa nem ser bom. (...) Quando eu comecei a trabalhar em Propaganda, tinha três redatores super-cobras. Eu olhei para a minha maquininha, e pensei: "em dois anos, eu vou construir o quarto grande redator de Propaganda." Ou seja, mais trabalho, determinação e vontade. Menos choro, auto-piedade e auto-complacência. Funciona. 

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Enrolaram o francês.

Auguste de Saint-Hilaire (1779- 1853), o botânico francês que virou nome de parque em Porto Alegre, ficou quatro anos no Brasil (1816-1822). Ele pirou com a exuberância dos trópicos. Não entendeu o comportamento da brava gente brasileira. Ficou de cara com a indolência dos nossos prestadores de serviços – “todos pretos ou quase pretos” (Caetano Veloso). Numa passagem do seu diário de viagem, Saint-Hillaire botou o dedo na ferida: “Qualquer trabalho insignificante transformava-se numa operação interminável.”

Roberto Pompeu de Toledo é jornalista. Escreveu “A Capital da Solidão”, um livro fascinante e revelador. Nele, o autor conta uma história de São Paulo, das origens até 1900. O livro é resultado de quatro anos de pesquisa e traz uma série de registros históricos altamente esclarecedores. Um deles refere-se à passagem de Auguste de Saint-Hilaire pelo Brasil. Às vésperas de retornar para a França, Sant-Hilaire precisou de um profissional nativo, um artesão para fabricar alguns baús nos quais seriam transportadas centenas de amostras da fauna e da flora, coletadas pelo botânico durante as suas andanças pelo país. Saint-Hilaire contratou, pagou e só levou porque chamou a polícia. Em 1822, nossos prestadores de serviço não sabiam o que era cliente. Depois de 188 anos, a maioria continua não sabendo. Também, este tipo de coisa não se aprende, assim, de uma hora para outra, é ou não é?

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O sucesso, segundo Nizan Guanaes.


Se você já leu, releia. O texto é direto, preciso e brilhante. Foi escrito por Nizan Guanaes, um dos publicitários mais premiados do mundo.

Sucesso.
Dizem que conselho só se dá a quem pede. E, se vocês me convidaram para paraninfo, sou tentado a acreditar que tenho sua licença para dar alguns. Portanto, apesar da minha pouca autoridade para dar conselhos a quem quer que seja, aqui vão alguns, que julgo valiosos. Não paute sua vida, nem sua carreira, pelo dinheiro. Ame seu ofício com todo coração. Persiga fazer o melhor. Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como conseqüência. Quem pensa só em dinheiro não consegue sequer ser nem um grande bandido, nem um grande canalha. Napoleão não invadiu a Europa por dinheiro. Hitler não matou 6 milhões de judeus por dinheiro. Michelangelo não passou 16 anos pintando a Capela Sistina por dinheiro. E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são incapazes de sonhar. E tudo que fica pronto na vida foi construído antes, na alma. A propósito disso, lembro-me uma passagem extraordinária, que descreve o diálogo entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário texano. O milionário, vendo-a tratar daqueles leprosos, disse: "Freira, eu não faria isso por dinheiro nenhum no mundo." E ela responde: "Eu também não, meu filho". Não estou fazendo com isso nenhuma apologia à pobreza, muito pelo contrário. Digo apenas que pensar em realizar tem trazido mais fortuna do que pensar em fortuna. Meu segundo conselho: pense no seu País. Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si. Afinal é difícil viver numa nação onde a maioria morre de fome e a minoria morre de medo. O caos político gera uma queda de padrão de vida generalizada. Os pobres vivem como bichos, e uma elite brega, sem cultura e sem refinamento, não chega viver como homens. Roubam, mas vivem uma vida digna de Odorico Paraguassu. Que era ficção, mas hoje é realidade, na pessoa de Geraldo Bulhões, Denilma e Rosângela, sua concubina. Meu terceiro conselho vem diretamente da Bíblia: seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito. É exatamente isso que está escrito na carta de Laudiceia: seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito. É preferível o erro à omissão. O fracasso, ao tédio. O escândalo, ao vazio. Porque já vi grandes livros e filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso. Colabore com seu biógrafo. Faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter vivido. Tendo consciência de que, cada homem foi feito para fazer história. Que todo homem é um milagre e traz em si uma revolução. Que é mais do que sexo ou dinheiro.
Você foi criado, para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, e caminhar sempre, com um saco de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra. Não use Rider, não dê férias a seus pés. Não sente-se e passe a ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: eu não disse!, eu sabia! Toda família tem um tio batalhador e bem de vida. E, durante o almoço de domingo, tem que aguentar aquele outro tio muito inteligente e fracassado contar tudo que ele faria, se fizesse alguma coisa. Chega dos poetas não publicados. Empresários de mesa de bar. Pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta de noite, todo sábado e domingo, mas que na segunda não sabem concretizar o que falam. Porque não sabem ansear, não sabem perder a pose, porque não sabem recomeçar. Porque não sabem trabalhar. Eu digo: trabalhem, trabalhem, trabalhem. De 8 às 12, de 12 às 8 e mais se for preciso. Trabalho não mata. Ocupa o tempo. Evita o ócio, que é a morada do demônio, e constrói prodígios.
O Brasil, este país de malandros e espertos, da vantagem em tudo, tem muito que aprender com aqueles trouxas dos japoneses. Porque aqueles trouxas japoneses que trabalham de sol a sol construíram, em menos de 50 anos, a 2ª maior megapotência do planeta.Enquanto nós, os espertos, construímos uma das maiores impotências do trabalho. Trabalhe! Muitos de seus colegas dirão que você está perdendo sua vida, porque você vai trabalhar enquanto eles veraneiam. Porque você vai trabalhar, enquanto eles vão ao mesmo bar da semana anterior, conversar as mesmas conversas, mas o tempo, que é mesmo o senhor da razão, vai bendizer o fruto do seu esforço, e só o trabalho lhe leva a conhecer pessoas e mundos que os acomodados não conhecerão. E isso se chama sucesso.

Nizan Guanaes

Fora da caixa: why not?


A Teoria das Supercordas é a Teoria de Tudo. Através dela, pode se encontrar a resposta para tudo no universo. Esta "superteoria" estuda a possibilidade de não haver pontos dimensionais zero. Os seus pesquisadores afirmam existir cordas unidimensionais,que se conectam uma a outra através de 10 dimensões. A Teoria das Supercordas levanta a hipótese da existência de Universos Paralelos. A mecânica quântica nos indica que podem existir vários universos, em paralelo, com diferentes versões de tudo aquilo que conhecemos em nosso universo. Ainda segundo essa teoria, cada vez que tomamos uma decisão, é criado um novo universo para cada opção que poderíamos ter escolhido. Isso quer dizer que existe um universo em que você, por exemplo, terminou o seu namoro e outro em que você acabou casando com ela(e). Isso abre uma série de perspectivas interessantes, entre elas o não arrependimento das decisões que tomamos, uma vez que, se fizemos besteira, em outro universo foi tomada a outra decisão e sua vida seguiu um rumo completamente diferente (pra melhor ou pra pior). Por isso, na próxima vez em que você estiver diante de uma escolha, lembre-se que um “outro você” foi por outro caminho… E, sabe lá, o que aconteceu com sua vida. O filósofo inglês Bertrand Russel costumava dizer que quando os cientistas olham o universo, perguntam por que? Quando ele olhava para as coisas do mundo, perguntava: Por que não?

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Encontro virtual, gratuito e relevante.


Dia 22, podemos nos encontrar. Virtualmente. Eu vou estar no Hall Café da Alfamídia e você, em qualquer lugar do Planeta conectado à internet. Convidamos um monte de gente legal para participar deste encontro. Já temos 60 participantes confirmados. Gente dos mais variados pontos do país. Dia 22, às 15h, esta galera vai se encontrar, via LiveMeeting, na Alfamídia para conversar sobre o desespero de quem quer contratar e a batalha de quem precisa ser contratado hoje em dia. Nós vamos te esperar.

O mercado tem fome de quem?
Palestra e bate-papo online sobre mercado de trabalho.

Data:
22/9/2010

Horário:
Das 15:00 às 17:00h

Inscreva-se gratuitamente:

1)Acesse o Portal www.l3tool.com

2)Se for o seu primeiro acesso ao Portal, selecione Nova Conta e preencha o formulário.

3)Após preencher os seus dados, você receberá um e-mail com uma senha de ativação.

4)Após ativar a sua conta, entre no Portal.

5)No menu Eventos > Eventos Abertos você encontrará a lista de eventos disponibilizados pela Alfamídia e por outras empresas que utilizam o portal.

6)Selecione e matricule-se no evento O mercado tem fome de quem?

7)Você receberá um e-mail da Alfamídia com instruções para acessar a palestra.

Simples assim.

Geração Competence


Judite Bersch, 23 anos, concluiu este ano o curso de Publicidade e Propaganda na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Na faculdade, aproveitou oportunidades, como monitoria e bolsa em um projeto de extensão, realizando estágios em empresas de pequeno porte. O Geração Competence é a sua primeira experiência efetiva na área. “Estava terminando o curso de graduação e sentia falta de uma vivência no mercado”, explica a jovem profissional que integra a equipe de atendimento da Competence. “Como não tinha atuado em agência ainda, me interessei por esta área por estarmos sempre em contato direto com os demais departamentos, acompanhamos o fluxo de trabalho do início ao fim. Minha intenção era compreender tanto o processo quanto a rotina em cada departamento de uma forma mais abrangente”. O objetivo está sendo atingido: “Durante o processo de seleção, a Judite se sobressaiu pela postura, maturidade, conhecimento técnico/teórico e interesse em aproveitar a oportunidade de integrar a equipe de uma grande agência do Estado. Por isso, tínhamos certeza de que na prática bastaria orientação e treinamento para que ela logo também se destacasse. Rapidamente aprendeu as práticas da lida diária e hoje segue se desenvolvendo profissionalmente integrada à rotina com muita dedicação e responsabilidade, angariando o reconhecimento dos colegas e clientes”, afirma Jeanini Pedroso, diretora de Núcleo Atendimento. Segundo Judite, a rotina diária na Competence possibilita o contato e a aprendizagem com grandes profissionais. “Ao mesmo tempo em que tenho liberdade para atuar e praticar o que venho aprendendo no dia a dia da agência, também sinto o suporte de uma gestora com uma imensa bagagem para me orientar nas horas de dúvida ou insegurança quanto a novas situações que apareçam”, complementa. Por isso, ela percebe grandes vantagens em ser trainee: “Recebemos um ‘voto de confiança’ relativo à nossa capacidade de trabalho, mesmo sem experiência anterior. É uma seleção longa e bastante detalhada, um filtro para captar os candidatos que realmente têm interesse em ingressar na empresa”. Já Jeanini, considera também que, pelo fato do estudante concluir o curso universitário já pertencendo a um programa de trainee, há mais chance de permanecer no mercado. “O estágio, muitas vezes, não possibilita a efetivação após o término da faculdade. Além disso, o trainee ingressa na agência com um plano de carreira definido na empresa e conta com a orientação direta de profissionais experientes e qualificados para acompanhar o início da sua formação profissional”.
"O trainee ingressa na agência com um plano de carreira definido na empresa e conta com a orientação direta de profissionais experientes e qualificados para acompanhar o início da sua formação profissional", Jeanini Pedroso. No entanto, atuar apenas no atendimento não está nos planos da jovem publicitária. “Gosto bastante da área de atendimento, mas também acredito que uma experiência em planejamento seja interessante, para me aprofundar no entendimento da parte estratégica, que é o ponto de partida de todos os trabalhos. Penso, ainda, em cursar um mestrado em comunicação”. E qual seria a dica para um futuro trainee da Competence? “Paciência e autenticidade, tanto no processo de seleção quanto no dia a dia de trabalho”, avalia Judite.

Fonte: Site da Competence

Parabéns, João, pela iniciativa.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O estagiário: edição bem-humorada.

Clipe bem-humurado do pessoal da Fabico. Parabéns à equipe! O Estagiário

Pela vaga.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Eu amo esta empresa.


Passei vinte e tantos anos trabalhando em agências de propaganda. Nunca morri de amores por nenhuma delas. Isto inclui a minha, fundada em 83. Na verdade, nunca fui inteiramente feliz nesta profissão. Nada contra as agências e o trabalho dos publicitários. “Eu sou eu e as minhas circunstâncias”, diria o filósofo espanhol Jose Ortega Y Gasset. Entrei por acaso na Propaganda. O negócio dava um bom dinheiro, o convívio com os meus amigos publicitários sempre foi muito gratificante, tive excelentes oportunidades, aprendi para caramba, consegui ser um bom profissional, tive sucesso algumas vezes, mas, confesso, nunca estive inteiro na Propaganda. Eu não era quente e nem frio. E morno, você sabe...

Paralelamente, eu fazia palestras, treinava, orientava e alavancava a carreira profissional de um monte de gente. Este era o meu ofício. Descobri isto recentemente. Ano passado, Rodrigo Losina, fundador da Alfamídia, me convidou para ser o seu sócio na empresa. Desde então, vivo uma espécie de estado de graça. Estou feliz, inteiro, entusiasmado e apaixonado por minha empresa. Eu amo a Alfamídia.

Não conheço Steve Ballmer. Nunca nos encontramos. Sei muito pouco a seu respeito. Mesmo assim, gosto deste cara. É apaixonado, intenso, entusiasmado. Alguém dirá: também, com toda a grana que a Microsoft lhe paga! Posso estar enganado, mas algo me diz que Ballmer não é movido só a dinheiro. Os gregos antigos diziam que pessoas entusiasmadas eram repletas de Deus. Se eu estiver certo sobre Ballmer, o vídeo acima dá uma noção da quantidade de Deus que ele carrega. Who knows? De qualquer forma, faço minhas as quatro palavras dele neste vídeo.

Obs.: Duvide, se alguém tentar lhe convencer que trabalho é incompatível com felicidade.

O essencial não se aprende nas escolas.


Dia desses, lembrei dos incontáveis barracos, invariavelmente armados por mim, durante as reuniões de pais e mestres das escolas onde meus filhos estudaram. Para desespero dos mestres e desconforto dos pais, sempre participei ativamente destes encontros. Ingenuamente, tentei provocar nestas reuniões bons debates sobre a qualidade do conteúdo, os métodos de ensino, o ambiente, os papéis dos professores e a atmosfera idiotizante que desencorajava nossas crianças a pensar criticamente. De um lado, os pais, interessados na posição da escola no ranking das instituições que mais aprovavam no vestibular, aquele maldito quiz-show que nos trata como placas de memória RAM. De outro, os professores, engessados e fortemente vigiados pelos donos daqueles business educionais. Nestes lugares, os alunos são tratados como idiotas e os pais, como clientes. Depois de uma longa série de tentativas, joguei a toalha. Os meus filhos aprenderam o essencial, durante almoços e jantares. Em casa.

Você não é pago para pensar.


Durante muito tempo, as escolas, os cursos técnicos e as universidades atenderam com extraordinária eficácia às expectativas do empresariado brasileiro pré-globalizado, no que diz respeito à formação de pessoas para o mercado de trabalho. Da metade do século 19 para cá, estas instituições esmeraram-se em formar mão de obra, “gente boa para o batente”; gente disposta, pontual, obediente, esforçada, leal, não inovadora e não pensante. Quem, aí, nunca ouviu um chefe entoando o mantra aplastante, “você-não-é-pago-para-pensar”, “você-não-é-pago-para-pensar”, “você-não-é-pago-para-pensar”. Durante mais de 10 mil horas, mantivemos as nossas bundas pregadas em bancos escolares e os nossos olhos fixos em quadros-negros e mesas de professores, estrategicamente colocadas em cima de tablados (talvez, com o propósito de evitar que tivéssemos dúvidas sobre quem detinha o conhecimento e dava as ordens no pedaço). A educação formal no Brasil foi e continua sendo grandemente responsável pela produção, em escala, de milhões de brasileiros condicionados, submissos, conformados e incapazes de lidar com as demandas do empresariado nacional pós-globalizado. Agora, o mercado tem fome de gente que pensa.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Reze.


Joguei a toalha. Perdi a esperança (quase toda). Na verdade, sobrou uma única ficha e pretendo apostá-la no empresariado brasileiro. Só eles podem tirar o país desta indigência intelectual. Você aí, jovem em busca de colocação no mercado de trabalho, reze para que eles continuem investindo em educação. Dedique também algumas preces para que eles sejam iluminados e entendam que turn-over não pode servir como justificativa para não investirem em treinamento e desenvolvimento de pessoas. Se a empresa investe no funcionário e, depois, ela o perder para um concorrente, mesmo assim, este dinheiro terá sido bem aplicado. Este dinheiro ajudou a tirar o país deste miserê. O empresário que lê este post pode estar pensando: “que patriotada é essa, Provocador?” Não, isto não tem nada a ver com patriotismo. Isto tem a ver com a sobrevivência do seu negócio. Tem a ver com lucratividade e competitividade. Você, empresário, não tem escolha. A sua concorrência está mordendo os seus calcanhares. Você precisa descentralizar. Precisa urgentemente de gente qualificada. Como não tem muita, sinto informar, você terá que qualificá-la. Claro, você também pode guardar o seu rico dinheirinho e acreditar nos discursos dos políticos. Outra alternativa é apostar no voto inteligente do povo brasileiro. Nas últimas eleições presidenciais, o candidato focado na Educação fez 2% dos votos. Se você não está com pressa...

domingo, 12 de setembro de 2010

A Feira está sendo encerrada e eu lembro de Bansky.


Bansky faz graffiti. O cara é uma lenda. As suas provocações são memoráveis. Uma delas foi infiltrar um quadro de sua autoria no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. Na tela, havia a imagem de uma lata de sopa. O quadro ficou lá, durante três dias sem ser notado. “Foi a minha irmã quem me inspirou a fazer isso,” contou o provocador, numa das suas raríssimas entrevistas. “Um dia eu a surpreendi jogando no lixo vários trabalhos meus e perguntei a ela porquê. Ela me respondeu: “Ora, até parece que um dia eles vão ser pendurados no Louvre!" O cara tomou o comentário como um desafio: “Por que esperar até eu estar morto?” Mas, afinal, por que lembrei de Bansky? Por que escrevi este texto? E mais. Por que publiquei, na barra aí ao lado, uma lista de Admiráveis Provocadores? Tudo isso, nos minutos finais da Feira do Empreendedor? Vou pensar mais sobre isso. Se eu encontrar respostas para estas perguntas, conto pra vocês.
BlogBlogs.Com.Br

Repeat after me: co-co-ro-co-có.


Dou mais um giro pela Feira do Empreendedor e penso: o RS tem vocação para produzir. Não tem vocação para vender. É boa a quantidade de empresas expositoras. Deveria ser maior. Muita empresa boa (e secreta) deveria estar aqui. Não entendo. Quer dizer, acho que entendo. Nós, gaúchos, somos exageradamente low-profile. Somos inventivos, qualificados e trabalhadores. Nos últimos 30 anos, por exemplo, SP importou a gauchada para ocupar cargos importantes em empresas dos mais variados setores. Os paulistas não brincam em serviço. A preferência deles pelos gaúchos é só mais uma prova da nossa competência. Nós somos muitos bons. A gente só não sabe cacarejar. BlogBlogs.Com.Br

Domingo na Feira.


Revejo pessoas queridas e talentosas, na Feira do Empreendedor. Tatiana Brugalli, Gladimir Dutra e Melissa Lesnovski tocam com muita competência a Aldeia, uma das agências digitais do RS mais qualificadas do país. A empresa tem sedes em Porto Alegre e São Paulo. Clientes, só “cachorro grande”. Algumas das maiores marcas do País. O sucesso da Aldeia é merecido. Fiquei feliz pra caramba com o reencontro. Na foto, Tatiana e Luiza (sua mais recente criação em parceria com Gladimir) e Melissa (esta menina sabe tudo de Planejamento). Brevemente, Melissa vai estar na Alfamídia para conversar com os alunos da Alfamídia. Aviso vocês. BlogBlogs.Com.Br

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

No tears.


O choro é livre, mas improdutivo, paralisante. Uma parte do RS tem produzido lágrimas em quantidades industriais. Dizem que duas em cada três pessoas em todo mundo correm o risco de ficarem sem água até 2025. Uma coisa é certa: o RS não morrerá de sede.

Escrevo diretamente do estande da Alfamídia, na Feira do Empreendedor. O ar-condicionado do Centro de Eventos da Fiergs é muito bom. A conexão internet é lenta. Não o bastante para tirar pentelhos, como eu, fora do sério. O público presente (expositores e visitantes) é predominantemente jovem. Até agora, não ouvi, nem vi choradeira. A parte chorona do RS não veio e não mandou representantes. Ótimo. Este pessoal é altamente contagioso.

Até domingo, vou postar daqui do estande da Alfamídia. Vou conversar com alguns representantes da parte do RS que não chora. Que acredita. Que corre riscos. Vou conversar com a parte capitalista do RS. Mantenho vocês informados.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Desta vez, provoquei o mundo.



2ª feira, véspera do 7 de setembro. A jornalista Denise Cruz abre um baita espaço para as minhas provocações no seu Programa Gaúcha Fora do Ar. O "canhão" Rádio Gaúcha me permitiu provocar o mundo. Obrigado, Denise. Clique aqui para ouvir a entrevista. Comentários, críticas e sugestões serão sempre muito bem-vindas.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Zzzzzzzzzz


Não se enganem, o gigante continua adormecido em berço esplêndido. É verdade que ele ultimamente tem dado sinais de que finalmente pretende acordar: abriu um olho, bocejou, mexeu o corpanzil, espreguiçou, coçou a pança e parece disposto. Assim como eu, tem muita gente acreditando que, desta vez, o gigante levanta e vai à luta. Mas, atenção! Não podemos esquecer que o cara já fez isso antes, virou para o lado e roncou. Entre outras coisas, perdeu duas décadas. Portanto, é bom ficarmos atentos. Como diria Marcelo D2, vamos fazer barulho! O Brasil tem que acordar. Todo mundo precisa que o Brasil acorde. Se você tem entre 18 e 25 anos, pode ter certeza, precisa muito, mas muito mesmo, que o Brasil acorde. Por isso, aqui na Alfamídia, a gente provoca o gigante. Sabe como? Inovando. Provocando. Desenvolvendo pessoas. Formando profissionais diferenciados. Assim, a gente acha que está ajudando a tirar o cara do seu berço esplêndido, de uma vez por todas.